quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sentimento

Meu sentimento não cabe em palavras escritas, ditas, formadas.
Meu sentimento é puro inocente, singelo.
É a junção de que sinto quanto te vejo;
É a mistura de um silêncio, de um desejo, de um enlaço.
Meu sentimento é a face de um homem apaixonado sonhando em adormecer nos seus braços.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Amizade

Hoje eu quis te dizer o que sinto, mas você me negou.
Era só uma explanação de um sentimento de amizade.
Por que se resistir tanto a isso?
Os amigos também amam, também se declaram.
Também dizem: Eu te amo.

A falta que sinto de nós aperta o meu peito de saudade.
Mas não se pode desejar a presença sozinho.
Rezo, chamo, e procuro por você. Talvez em vão, mas não é isso que faz um amigo?
Tenta, tenta, tenta,...

É duro abrir mão de uma ligação que, outrora, fora tão intensa.
Mas te deixo ir, seguir seu caminho, encontrar as suas verdades.

Então, permanecerei aqui, como sempre estive.
Te esperando, rezando, e pronto, para quando se lembrar de mim.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Desabafo

Eu e meu pai nunca tivemos uma relação de pai e filho. Ele abandonou a mim, a minha mãe, e a minha irmã quando ainda éramos crianças. Se enfiou no interior, e por muito poucas vezes, com intervalo até de alguns anos, ele vinha nos visitar. Passava uns dias, e sumia novamente. Logo, eu assumi, desde cedo, a responsabilidade de Homem da casa, ajudando, inclusive, minha mãe a educar a minha irmã.

Meu pai faleceu no dia 06/09/2010. Na semana anterior a ela, ele me procurou me dizendo que, segundo seu médico, ele tinha câncer em estado terminal, e que teria, no máximo, 1 mês de vida. Ele me deu essa informação, pediu para que eu não contasse à ninguém, não o procurasse, e sumiu. Alguns amigos acompanharam o que estava acontecendo enquanto acontecia. Eu me perguntei várias vezes se deveria ir atrás dele ou não. Se deveria ir atrás dele, ou deixar como estava. Mas fui. Percorri algumas cidades do interior da Bahia a procura dele, até que o encontrei.

O tempo que tivemos juntos foi de um final de tarde, e a noite. E foi nesse tempo que tive o pai que sempre quis ter. Tivemos as conversas que nunca ele esteve presente para ter. Agimos, de fato, como Pai e Filho. Na manhã seguinte o encontrei morto, e com um bilhete. Ele se matou.

Por que eu estou abrindo isso com vocês?

Eu quero que, quem ainda tenha pai, ou quem já é pai. Pare, reflita um pouco sobre o que acontece com vocês. Se há alguma desavença ou não, corra atrás e resolva. Eu ficava dizendo que meu pai nos abandonou, mas eu também abandonei ele no exato momento que permiti que ele se afastasse sem tentar fazê-lo ficar presente.

Nós não podemos escolher o pai ou os filhos que temos/vamos ter. Mas podemos trabalhar, sempre, por uma relação/convívio melhor.

Hoje eu agradeço pelo pouco tempo que tive com meu pai. Mesmo tendo sido pouco, ele me ensinou que, no final, ninguém quer realmente estar só. E o mais corajoso dos homens, enfraquece.

Bom, é isso. Apenas passo adiante o que ficou em minha mente depois de tudo.

Um grande abraço.