segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ser Humano

Para compreender o ser humano é preciso vê-lo como processo, como fenômeno em andamento. A visão fixista estratifica o ser humano e mumifica-lhe o real significado. O ser humano pulsa, está em mutação. É cachoeira de decisões. Jamais concluído. Todorov diz lucidamente: “O homem é ser incompletamente determinado, potencialmente bom e potencialmente mau. Tudo é possível. Nada é certo”. O ser humano pode avançar ou recuar, endireitar-se ou entortar-se, afirmar-se ou negar-se. Abriga potencial para construir e para arruinar.
Há que manter a perspectiva da mistura, e não do dualismo. Costuma-se separar a humanidade entre bons e maus, entre ilibados e culpados. É a falsa dicotomia dos “dois lados”. Do lado de cá, estão os bons e os puros. Do lado de lá, estão os maus e os sujos. Esse dualismo é ingênuo e discriminatório. Os bons olham os maus com superioridade, e os maus olham os bons com náusea. Rigorosamente, não há banda de puros e banda de impuros. Cada ser humano é mistura de bem e de mal, de trigo e de joio, embora a dosagem do bem e do mal possa variar de pessoa para pessoa. Aqui vigora a dialética, e não o dualismo.
É nascer e morrer como um filho-da-puta!

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